Foi anunciado, na manhã de ontem (21), pela Prefeitura Municipal de Belém, que a capital paraense é uma das 44 cidades brasileiras que serão contempladas com recursos do PAC das Cidades Históricas, programa do Governo Federal que prevê a preservação do patrimônio histórico brasileiro. No próximo dia 6 de março, o prefeito de Belém participará de uma reunião, em Brasília, para saber mais detalhes de quando os recursos serão liberados.
Mas, antes disso, uma reunião entre representantes de associações de feirantes do Complexo do Ver-o-Peso, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e o secretário de economia do município, Marco Aurélio Oliveira, discutiu, na manhã de ontem (21), quais os problemas e prioridades para o início das obras. ‘Primeiro vamos fazer ações emergenciais, principalmente relacionadas à organização do mercado e à limpeza na cidade de Belém do espaço – algo que está complicado -, para então partirmos para uma total revitalização dos espaços. Vamos fazer um verdadeiro choque de ordenamento no mercado’, disse Zenaldo Coutinho à reportagem.
Junto a ele, o secretário de economia, Marco Aurélio Oliveira, informou que o recurso, que ainda não teve o valor confirmado, deverá se estender a boa parte do centro histórico de Belém. ‘Faremos um estudo junto ao Iphan e ao Ministério Público para depois iniciar as obras. Esperamos que ainda neste semestre as grandes mudanças já apareçam’, informou.
Diversos representantes dos feirantes do Ver-o-Peso se pronunciaram durante o encontro com a Prefeitura e fizeram várias reclamações. Entre as reivindicações, tapar buracos, melhorar a fiação elétrica dos mercados e das barracas, limpeza mais efetiva e, principalmente, aumento na segurança do local, que de acordo com eles, é mínima.
‘Houve época que existiam aqui para mais de 20 policiais, entre PMs e Guardas Municipais. Agora, se vemos circulando quatro guardas e três policiais militares é muito’, disse Mário Lima, vice-presidente da Associação dos Vendedores de Hortifrutigranjeiros do Ver-o-Peso.
A fiscalização da venda de bebida alcoólica em horários proibidos – ação que foi intensificada pela Prefeitura de Belém há cerca de um mês, divide opiniões. Mas, para a maioria dos feirantes, o decreto municipal de 2001 é prejudicial. ‘Eles esquecem que famílias inteiras de trabalhadores sobrevivem dessa venda. Muita gente chega ao Ver-o-Peso nesse horário, principalmente durante o final de semana, para consumir sua cerveja e impedir isso é causar um grande prejuízo a quem vende’, opinou Mário Lima.
Segundo o vice-presidente da associação, cerca de 250 barracas vendem bebidas no Ver-o-Peso, totalizando aproximadamente mil trabalhadores envolvidos nesse tipo de comércio. Por outro lado, o secretário da Secon, Marco Aurélio Oliveira afirmou que vai ouvir todas as ponderações dos comerciantes do Ver-o-Peso, porém, destacou que a legislação não deixará, em hipótese alguma, de ser colocada em prática.
Fonte: Portal ORM